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segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Noiva Cadáver

Não há festa.
Não há convidados.
Tudo isso é seu, noiva.
Tens o que é necessário?

Seu vestido está sujo e rasgado.
As rosas murchas seu buquê compôem.
Andas descalça pelo chão de areia.
A morte suas pegadas consomem!

Há quanto tempo esperou uma festa?
Há quanto tempo aguardou os convidados?
Isso basta para seres seu, noiva.
Tiveste tudo tirado no momento em que foras dado!

Andas à merce de uma lembrança de beijos;
Quando com a ponta dos dedos, toca-se os lábios ainda vívidos;
A agonia lhe tirou toda emoção e esperanças...
Para lhe prender em seu próprio globo de vidro !

Caminha pelo corredor de lápides descascadas;
Recolhendo dos túmulos flores ao redor;
Quem sabe não consegue uma pétala ainda vívida;
Que lhe dê alegria por um momento só?

Quando seus pés já não mais aguentam;
Esgota-se! Senta no chão e alí chora!
Ainda existem lágrimas em seus olhos?
Ainda há fé quando à Deus oras?

Nada, nunca será o suficiente;
Para aplacar a dor em seu peito.
Que ferve como a chama de uma vela...
E que consome-a com velhos desejos!

As pétalas das rosas do buquê da noiva;
Soltam e descansam no chão ao seu lado.
Os galhos secos com espinhos afinados...
São toda a maldição de seu passado!

[És uma noiva sem noivo;
És uma noiva sem lua-de-mel...
És uma noiva sem carruagens e beijos...
És estrela sem seu adornado céu!]

Seu noivo se se foi para sempre;
E com eles a festa e os convidados;
E tudo desapareceu de repente...
Deixando em ruínas castelos derrubados!

Desista, noiva!
Você não nasceu para um noivo amar!
Sua vida resumi-se em escrever histórias de amor...
E por seus personagens se apaixonar!

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