Um porta retrato.
Eu olhei o porta retrato.
Eu observei a fotografia.
Estava eu abraçada a ti, quando olhei a foto emoldurada de flores.
Eu sorria...
Você sorria...
O dia era claro...
Sol de meio-dia.
Braços que se apertavam...
Cabeças se juntavam ao fotógrafo.
Bocas se formavam em risos forçados...
Eis a prova em nós dois naquela foto.
Tudo parecia teatro;
Com personagens encarnados em atores especializados..
Com o fotógrafo como público principal...
Com eu e você como peças montadas!
Eram imagens abstratas..
As flores do contorno seriam feitas de papelão?
E o diretor daquela peça, por acaso... Exigia a falsidade?
Estavam alí as falas em nós dois naquela participação!
Eram recortes de um papel colorido;
Que fundiam-se às artimanhas da beleza...
Um botão pressionado... Um flex emitido...
O bolo precisa de sua cereja!
O porta retrato.
Eu olhava o porta retrato.
Na face, uma máscara da mulher que sorria;
Nos olhos castanhos, um dor de alegria.
Nos lábios curvados, uma semente de agonia.
No cenário principal... Uma cruz invertida!
Eu encarei o porta retrato.
Eu amaldiçoei a fotografia.
Eu mataria o fotógrafo...
Eu desejei que o flex fosse a explosão da artilharia!
Eu peguei o porta retrato.
Eu arranquei a fotografia.
Eu amaldiçoei o fotógrafo...
Tirei a máscara que me fingia.
Eu quebrei o porta retrato.
Eu queimei a fotografia...
Desprezei o fotágrafo....
[Eu era o fotógrafo naquele dia ao meio dia!]
As folhas do outono caem no final da tarde de sexta-feira e pousam silenciosamente na calçada. Sabe-se que ninguém chorará pelo cair de uma folha, tão pouco apertará os dedos em súplica pela sua perda de qualquer árvore do parque. As folhas seguirão as rajadas do vento. Irão como pássaros livres sobrevoar o oceano... Passarão por velas de barcos e marinheiros astutos. Elas mostrarão o caminho. Um caminho em que as Folhas do Chão deram o seu lugar para outras folhas após o outono!
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