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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Porta Retrato...

Um porta retrato.
Eu olhei o porta retrato.
Eu observei a fotografia.
Estava eu abraçada a ti, quando olhei a foto emoldurada de flores.
Eu sorria...
Você sorria...
O dia era claro...
Sol de meio-dia.
Braços que se apertavam...
Cabeças se juntavam ao fotógrafo.
Bocas se formavam em risos forçados...
Eis a prova em nós dois naquela foto.

Tudo parecia teatro;
Com personagens encarnados em atores especializados..
Com o fotógrafo como público principal...
Com eu e você como peças montadas!
Eram imagens abstratas..
As flores do contorno seriam feitas de papelão?
E o diretor daquela peça, por acaso... Exigia a falsidade?
Estavam alí as falas em nós dois naquela participação!

Eram recortes de um papel colorido;
Que fundiam-se às artimanhas da beleza...
Um botão pressionado... Um flex emitido...
O bolo precisa de sua cereja!

O porta retrato.
Eu olhava o porta retrato.
Na face, uma máscara da mulher que sorria;
Nos olhos castanhos, um dor de alegria.
Nos lábios curvados, uma semente de agonia.
No cenário principal... Uma cruz invertida!

Eu encarei o porta retrato.
Eu amaldiçoei a fotografia.
Eu mataria o fotógrafo...
Eu desejei que o flex fosse a explosão da artilharia!

Eu peguei o porta retrato.
Eu arranquei a fotografia.
Eu amaldiçoei o fotógrafo...
Tirei a máscara que me fingia.

Eu quebrei o porta retrato.
Eu queimei a fotografia...
Desprezei o fotágrafo....
[Eu era o fotógrafo naquele dia ao meio dia!]

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