Sentada na areia da praia;
Olhando o mar bater-se na beirada..
Tento jogar as tristezas na água...
Tento soterrar a alma despedassada nas marés da onda da praia.
Oro, rezo, confesso, explico às marés;
Que tudo o que sou devo às angústias...
Sofrer, nunca foi exatamente um escolha;
Mas tornou-se em um momento uma arma defensora.
Comunico às gotas avassaladas da água espumada;
Que peças à minh'alma uma taça de lágrimas...
E que bebendo as marés dessa taça de dor banhada;
Poderia-se secar em mim a forte enxurrada.
Explodo em virtudes, em ódio, em amor, em desejo;
Que eu fosse levada junto às ondas da praia...
E que não me importo de ficar boiando no meio do nada;
Quero apenas ser ouvida pelas ondas da praia.
As areias sujam meus pés descalsos;
Enquanto ondas quebram-se misturados ao ar...
Encostam-se em meus dedos salpiscados de grãos amarelos...
Quem dera eu ser um grão no fundo do mar!
Que meu desejo se realize...
Posso ser simplesmente uma sereia ...
Torne-me de mim, águas espumadas...
Alguma coisa que a nesse momento não seje.
[Águas espumadas...
Desse mar às marés a se chocoalhar...
Quebrem-se na areia... Toquem-me...
Podes, por favor, me levar!?]
As folhas do outono caem no final da tarde de sexta-feira e pousam silenciosamente na calçada. Sabe-se que ninguém chorará pelo cair de uma folha, tão pouco apertará os dedos em súplica pela sua perda de qualquer árvore do parque. As folhas seguirão as rajadas do vento. Irão como pássaros livres sobrevoar o oceano... Passarão por velas de barcos e marinheiros astutos. Elas mostrarão o caminho. Um caminho em que as Folhas do Chão deram o seu lugar para outras folhas após o outono!
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