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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Águas da Praia...

Sentada na areia da praia;
Olhando o mar bater-se na beirada..
Tento jogar as tristezas na água...
Tento soterrar a alma despedassada nas marés da onda da praia.

Oro, rezo, confesso, explico às marés;
Que tudo o que sou devo às angústias...
Sofrer, nunca foi exatamente um escolha;
Mas tornou-se em um momento uma arma defensora.

Comunico às gotas avassaladas da água espumada;
Que peças à minh'alma uma taça de lágrimas...
E que bebendo as marés dessa taça de dor banhada;
Poderia-se secar em mim a forte enxurrada.

Explodo em virtudes, em ódio, em amor, em desejo;
Que eu fosse levada junto às ondas da praia...
E que não me importo de ficar boiando no meio do nada;
Quero apenas ser ouvida pelas ondas da praia.

As areias sujam meus pés descalsos;
Enquanto ondas quebram-se misturados ao ar...
Encostam-se em meus dedos salpiscados de grãos amarelos...
Quem dera eu ser um grão no fundo do mar!

Que meu desejo se realize...
Posso ser simplesmente uma sereia ...
Torne-me de mim, águas espumadas...
Alguma coisa que a nesse momento não seje.

[Águas espumadas...
Desse mar às marés a se chocoalhar...
Quebrem-se na areia... Toquem-me...
Podes, por favor, me levar!?]

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