Uma senhora em prantos à viver;
Sentada em uma cadeira à chorar.
Tecendo uma toalha azul de crochê;
Para a sua mesa de vidro adornar.
Essa senhora em prantos à tecer;
Uma linda toalha de azul-bebê;
A mesa de vidro está a esperar;
Junto à cadeira a aguardar o crochê.
A mesma senhora em prantos à sentar;
Na cadeira junto à mesa à receber;
A toalha azul que está à tecer;
Os tecidos claros do inacabado crochê.
E essa senhora termina o tecer;
E ainda assim insiste em prantear;
Estica na mesa de vidro o tecido azul-bebê de crochê...
Lança mão de outro rolo de linha...
Inicia outro chorar.
Começa um novo tecer.
As folhas do outono caem no final da tarde de sexta-feira e pousam silenciosamente na calçada. Sabe-se que ninguém chorará pelo cair de uma folha, tão pouco apertará os dedos em súplica pela sua perda de qualquer árvore do parque. As folhas seguirão as rajadas do vento. Irão como pássaros livres sobrevoar o oceano... Passarão por velas de barcos e marinheiros astutos. Elas mostrarão o caminho. Um caminho em que as Folhas do Chão deram o seu lugar para outras folhas após o outono!
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