Senti quando algo mexeu ao meu lado;
O espanto tirou-me do acaso.
Meus olhos focaram uma sombra...
Um momento abstrato.
Na confusão daquele momento;
Ví que outros olhos eu foquei.
Eram negros e profundos...
Eu me encantei.
Sustentei aquele poço profundo;
E fundo cada vez ficava na medida que o olhava.
E por mais que eu desejasse desviar a atenção...
Alguma coisa me amarrava.
O olhar me dizia algo naquele momento;
E o que me prendia eram os enigmas.
O que falavam aqueles olhos portanto...
Desejei ouvir por toda a vida!
A sombra aproximou-se de mim;
Mas sua face não pude ver.
Mas seus olhos continuavam nítidos...
E embaçados de puro prazer!
A escuridão que o cercava num instante tomou;
A imensidão de todo o meu medo...
E misturou-se às escuras do minhas fraquezas...
Dando-me parte de seu universo.
A fusão daquela escuridão turvou-me completamente;
E achei que perderia a razão.
Ouvi vozes e sons abafados...
Que soou do seu coração.
De seus olhos belos e negros vi agora;
Não profundezas de total desejo.
Mas sim uma obscuridade terrena...
Acima de qualquer segredo!
Não foram necessárias palavras;
Nem sons vindos de seus belos lábios.
O suficiente li em segundos...
Li de seus olhos apagados!
Restou-me lágrimas, porém;
Quando falaste-me em silêncio.
Você não sabe, (...), portanto...
Que és parte de mim apartir daquele momento!
A escuridão que nos abraçou foi embora;
E a luz do outro lado venceu.
Vi sua face nítida e seus olhos ofuscantes...
Dizendo que eras meu!
As folhas do outono caem no final da tarde de sexta-feira e pousam silenciosamente na calçada. Sabe-se que ninguém chorará pelo cair de uma folha, tão pouco apertará os dedos em súplica pela sua perda de qualquer árvore do parque. As folhas seguirão as rajadas do vento. Irão como pássaros livres sobrevoar o oceano... Passarão por velas de barcos e marinheiros astutos. Elas mostrarão o caminho. Um caminho em que as Folhas do Chão deram o seu lugar para outras folhas após o outono!
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